Letras do CD Mácula do

Duo ANACONDA


Vid'e Nada

(Cintra/Penha)

Olho baixo, o asfalto sob mim,
Minha vida se escoando pelo chão.
Ela indo e eu passivo a flutuar
Não sou nada, apenas carne a gritar
Não sou nada, mas eu grito e desejo ser:

Vida! Nada!

Ela indo e o asfalto a gritar,
Minha vida apenas carne pelo chão
Não sou nada, sob mim passivo grito sendo:

Vida e Nada

Vida!Nada!


 

Let It Hurt

(Cintra/Penha)

Nothing is all right with me
I'm sick, I know And I like it
My body is not my body
He's ending, I know And I like it

Leave my blood get out of my veins
Let me feel my heart stopping

Leave my eyes to see this
Let me rest in peace

I've lost my memory a long time ago
I'm hopeless, I know And I like it
I feel my soul so high now
She's happy, I know And I hate it


 

Seu Corpo Flutua

(Cintra/Penha)

Vejo em suas lágrimas
Gritos, manchas, marcas
Agradeço a quem me vê
Olhos algozes corpos

Olho jardins suspensos
Vermes, cães, terra
Falo e não sei nada
Vítimas em mim mesmo

Não vou, correr
Eu sei, chamar
A morte, mentira
Você não sabe ver

Falo em suas mãos
Sangue em cruz, ovelhas
Tigres correm matam
A líquida carne branca

Sinta a mentira
Não corta, mata
Os jardins mortos
Seu corpo flutua


 

Lágrimas Saciam Sua Sede

(Cintra/Penha)

Suja as mãos em nome da ajuda
Cala sempre antes de ouvir
Sonha em ser seu preço mais alto
Morde os lábios pra não sorrir

Sua vida escapa entre os dedos
Consome cores, algo qualquer
Espera pelos céus e se acha
Livre pra fazer o que quer

Mas existe o silêncio em seus sonhos
E ao redor medo, gritos e ordens
Pesa menos o mundo em seus ombros
Do que a morte a vida inteira esperar

Lágrimas saciam sua sede
Corre atrás da morte sem ver
Beija por moedas a face
Julga os outros sem perceber

Mas existe o silêncio em seus sonhos
E ao redor medo, gritos e ordens
Pesa menos o mundo em seus ombros
Do que a morte a vida inteira esperar


 

Canto 23 (ou Capas de Chumbo)

(Cintra/Penha)

- Você já parou prá pensar por que ficar trancado oito horas por dia em uma sala, com pessoas desagradáveis, em troca de papel pintado?

- Você já parou prá pensar que existe sempre alguém mentindo pra você, e que essas pessoas podem ser seus pais, seus amigos, seus irmãos ou você mesmo?

- Você já parou prá pensar que o futuro é sempre dos jovens, mas quando este se torna presente, passamos a viver do passado?

- Você já parou prá pensar como é mais difícil calar quando não se tem nada a dizer?

Seu medo é seu carrasco, sua vida o tempo suga
Desejos te deixam fraco, corroem o seu rosto, rugas.

- Você já parou prá pensar que o passado não existe mais, o futuro não chegou e que, portanto, é só o presente que existe de fato?

- Você parou prá pensar que dizer a verdade é mentir em grupo, e que o bem e o mal é só uma questão de tempo?

“Se o louco persistisse na sua loucura, acabaria se tornando um sábio.”

“Na porta do paraíso existem dois querubins, eles são o medo e o desejo, e estão prontos para cortar sua cabeça com suas espadas de fogo.”

- Bem vindo à sexta vala do círculo oitavo do inferno
De chumbo será sua capa, condenado ao pranto eterno.


 

Algo Em Que Poderíamos Acreditar

(Cintra/Penha/Barbarov/Bianchi/Jodas)

Os milagres se tornaram tão vulgares
Que já não me sinto tão seguro
O desejo de ousar novos lugares
Se perde em pesadelo obscuro

Sentimentos e sentidos são exatos
Como o tempo que escolheu para sentir
O milagre muda o mundo e fere o fato
Como alguém que se recusa a existir

Os milagres não frequentam mais os lares
Então não vejo mais razão para existir
Seus gestos e atitudes são vulgares
Tão distantes do real que está por vir

Os milagres são visões de um nú frontal
Onde a alma se masturba e se ilumina
Seus sonhos se fazem fáceis como o mal
Não são tão simples como você imagina


 

Senhor, Deus Dos Desgraçados

(Cintra/Penha/Garcez)

Meu Deus imenso
Tecnologicamente suspenso
Vês a miséria fabulosa que é a tua criação?

Vês o império de credos que te fiz?
Tantos hosanas incrédulos de ti me guiarão

Glória a Deus em sua altura
Velo no espaço da distância tua

Oro pelo quase incerto que é orar
Vivo pela falsidade de razão que envias

Vês, compre um jornal
E leia a notícia

- “Deus morreu”.

Tua sempre fiel
E pura doutrina

Pereceu.

Rezo pelo resto inerte de não ter
Crença no cume vazio, amarga tua idolatria

Ai de mim, que rogo em vão
Ao teu pecar.

Ai, de ti, ó Senhor
Que nos ensinou
O vil clamar.

Ai, do mundo feroz
Que não te avisou
Antes do Fim.

Ai de tudo, ó meu Deus,
Que não criou
Sempre em mim.

 

mande-nos um e-mail

 

clique aqui!
by Banner-Link

clique aqui!
by Banner-Link

clique aqui!
by Banner-Link